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Escola realiza projeto fotográfico sobre representatividade negra

Paula Pessoa


Secretaria de Educação e Cidadania

Aproveitando o mês da consciência negra, cujo dia é celebrado em 20 de novembro, professores e estudantes da Emefi Emmanuel dos Santos, no Frei Galvão, realizaram no último sábado letivo, dia 11, uma exposição fotográfica e atividades culturais que promovem a reflexão sobre identidade, ancestralidade, valores e contribuição da cultura afro-brasileira.

As atividades ocorreram durante a feira cultural e encantaram a comunidade escolar, com exposição, grafite, música e muita criatividade. Elas foram coordenadas pela professora de arte Cleide Gisele Ribeiro, que trabalhou durante o ano elementos visuais de distintas matrizes estéticas e culturais, com destaque para as culturas indígenas e afro-brasileiras, conforme o currículo.

A ideia de protagonismo dos alunos em um ensaio fotográfico surgiu após rodas de conversa em sala de aula sobre identidade, ancestralidade, autoconhecimento e autoestima. Com a participação voluntária do fotógrafo Rodrigo Sérgio, que participou do projeto e registrou as imagens, o ambiente escolar conhecido dos estudantes virou cenário para fotos profissionais que destacam a força, beleza, expressividade e naturalidade de alunos e professores negros da escola.

Representatividade

Na execução do projeto, segundo Cleide, houve a necessidade de estudar as origens e a ancestralidade, mencionando a diversidade da contribuição africana para a arte no Brasil, assim como valores, autoconhecimento e papel dos alunos como protagonistas. 

“Durante nossas conversas percebemos que alguns não se posicionaram por não se conhecer ou diziam não ter conhecimento sobre a história e identidade”, disse ela. “Aos poucos fomos abordando isso nas aulas, com livros, debates e documentários e mostrando aos alunos como são inteligentes, capazes e lindos, trabalhando também a autoestima e a força que carregam.”

“Eu sempre discuto nas aulas que o preconceito existe por falta de conhecimento sobre a ancestralidade”, ressalta a professora. “Se eles não tiverem esse pensamento crítico sobre o preconceito, eles não terão uma base. Quando nós reunimos as falas, os alunos disseram coisas muito marcantes, falaram muito sobre a autoestima. Passei para eles que nós precisamos ter orgulho da nossa cor, da nossa história e que eles podem ser o que eles quiserem, desde que batalhem por isso. Quando vi a exposição e a reação dos pais e da comunidade, foi lindo, emocionante.”

“As ações deste projeto trouxeram representatividade, nos fizeram bem e estamos muito felizes com isso”, disse Eduarda Lorraine de Araújo Lopes, do 9º ano. “Foi incrível ver as fotos prontas. Eu já passei por muitas questões de autoestima, e ser encorajada aqui foi uma experiência e tanto. Vamos levar para além da sala de aula.”

Kaique Cauã Oliveira Silva, também do 9º ano, destacou as fotos. “Eu fiquei muito feliz. Esse trabalho foi uma novidade na escola, e é importante discutir sobre história e representatividade.”

O professor de ciências Luís Henrique Machado afirma que o projeto enfatiza a importância de trabalhar com os alunos boas referências nos diversos campos do saber, como artes, ciências, literatura.

“Junto com a professora Cleide, posso ser referência aqui dentro da escola para os alunos negros, que se reconhecem. Todos juntos pensamos sobre a composição racial, história, arte e ancestralidade. Isso é importante para a convivência dentro e fora do ambiente escolar.”

“As fotos retratam fielmente a força e garra dos nossos estudantes e trazem a representatividade, tão necessária para que trilhem seus caminhos de conquistas nos estudos e na vida”, destacou Cleide.

Zumbi

O dia 20 de novembro foi escolhido para marcar a consciência negra em homenagem a Zumbi dos Palmares, que morreu nessa data em 1695. Ele foi um dos últimos líderes do Quilombo dos Palmares durante o período colonial do Brasil e ficou conhecido por representar a resistência e a luta contra a escravidão.

A data tem o objetivo de potencializar a importância do debate sobre o povo e a cultura africana no Brasil, por meio da música, religião, gastronomia, arte, entre várias outras áreas.


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