ENTRETENIMENTO

Audiência de Travessia não decola e história confusa lidera críticas

A nova novela do horário nobre está apenas em sua terceira semana de exibição, mas a audiência de Travessia já pode ser considerada preocupante para a Globo. Com dezenas de reclamações nas redes sociais, furos de roteiro e cenas desconexas, a trama de Glória Perez não conseguiu prender o público órfão de Pantanal e amarga baixos números no ibope.

Números de audiência de Travessia apontam fuga do público

Se Pantanal finalmente fez a Globo voltar a ter mais de 30 pontos de média na faixa das 21h, Travessia, sua sucessora, colocou tudo a perder. Logo em suas primeiras semanas, a história escrita por Glória Perez afugentou o público e marcou números baixos, sendo comparada a Um Lugar ao Sol, de Lícia Manzo, que obteve a pior média de audiência da história do horário da emissora.

A audiência de Travessia na segunda semana de exibição, entre 17 e 22 de outubro, obteve média de 22,8 pontos na Grande São Paulo. O número já representa uma queda em relação a primeira semana, que marcou 24,2. Os dados foram publicados pela TV Pop.

E os números só tendem a cair. No último sábado, o folhetim bateu recorde negativo de apenas 19,9 pontos, marca até então inaceitável para uma novela das nove, produto de maior audiência e repercussão da emissora.

Apesar da Globo continuar com folga na liderança, Travessia não tem um desempenho satisfatório. Muitos podem ser os fatores para a baixa audiência do folhetim até agora. Primeiro, parte do público ainda está com saudades de Pantanal. O remake foi um dos maiores sucessos da faixa de horário nos últimos anos e garantiu não só bons números de audiência, como um alto engajamento nas redes. Ainda hoje, não é difícil encontrar internautas falando que não ligam mais a televisão após o Jornal Nacional depois do fim do remake de Bruno Luperi.

Há também o fato de Travessia ter uma trama fraca e com muitas cenas sem sentido. Sabemos que os autores utilizam a “licença poética” para fazerem as histórias decolarem, mas alguns acontecimentos não conseguem convencer.

Primeiro que Brisa (Lucy Alves), a protagonista da novela, está totalmente apagada e não teve o destaque merecido que uma mocinha deveria ter. A história da maranhense tem várias pontas soltas – a que mais incomodou o público foi quando a mãe de Tonho (Vicente Alvite) perdeu o celular e disse que não tinha se comunicar com a família. Na mesma cena, ela abre sua página no Instagram no computador do hacker Oto (Rômulo Estrela) para mostrar suas fotos. Como uma novela que tem como fio condutor a tecnologia e fake news esquece que ela simplesmente poderia mandar uma DM para o marido?

Brisa também vai presa e passa dois meses na cadeia usando um nome falso. Obviamente ela não é encontrada pela família devido ao pseudônimo, mas não faz sentido algum que a polícia não tenha descoberto sua verdadeira identidade durante tanto tempo.

Sotaque forçado e má atuação de Jade Picon também é criticada nas redes sociais

Há ainda a atuação de Jade Picon no papel de Chiara, que não convenceu o público. A influenciadora digital força o sotaque carioca, carregando a letra S em todas as palavras – não é raro ver a jovem falando “exxxquece” ou “bixxxcoito”. Além disso, sua personagem vive um romance com Ari (Chay Suede), que trai Brisa com a mimada enquanto a protagonista está sumida. Sem química e com uma história de dar raiva, o casal não convence.

Além disso, Chiara ainda está na escola e já bebe e dirige, sem falar no relacionamento com um homem que beira os 30 anos e tem um filho.

Um dos poucos pontos altos da trama é a volta dos personagens Stênio (Alexandre Nero) e Helô (Giovanna Antonelli), que fizeram sucesso em Salve Jorge (2012) da mesma autora. No entanto, a história do advogado e da delegada também tem furos. Não houve nenhuma menção a filha do casal, Drika (Mariana Rios), que apareceu no folhetim há dez anos – é como se ela jamais tivesse existido.

Em Salve Jorge, Helô e Stênio se tornaram avós no fim da novela, mas isso também foi esquecido. Outra característica da delegada que não foi mencionada é a sua compulsão por compras.

Enquanto isso, Todas as Flores, trama de João Emanuel Carneiro exclusiva para o Globoplay, segue fazendo sucesso nas redes sociais e vem sendo comparada com Travessia. Os internautas até pedem que o folhetim entre no lugar da novela de Gloria Perez.

Na web, o público não perde a chance de fazer piadas e críticas sobre a história apresentada até aqui.

essa história da brisa aí dela ter mentido o nome e estar presa sem nem cogitar ter falado a verdade ou avisar alguém da família sinceramente a gente tem que pegar um foguete pra conseguir voar tão longe. nem a sol era tão burra #travessia pic.twitter.com/rrat7bEsae

— Larissa M. (@larissajmar) October 21, 2022

A Chiara dirige, ou seja, tem 18 anos. Mas está buscando professor de história pra reforço. Ela repetiu de ano? #Travessia

— aline ramos (@_alineramos) October 22, 2022

meu deus como é ruim ter que engolir as cenas de chiara e ari, tortura psicológica não é entretenimento#Travessia pic.twitter.com/MfSI4FkfV1

— carol (@marycar__) October 23, 2022

nossa gente hoje foi nada com coisa nenhuma na novela kkkk tendi 10%

— preta (@pretademaiss) October 19, 2022

Impressionante como, ao contrario de Todas as Flores, não tem nenhum núcleo interessante em Travessia.

— UAI JADER (@uaijader) October 24, 2022

a maior burrice da globo esse ano foi colocar travessia na tv aberta e todas as flores no globoplay

— winycies (@winycies) October 13, 2022