Os grãos mais sadios e resistentes às pragas foram os primeiros sinais que o produtor Florimar Moreira Neto percebeu na sua lavoura de café em Monte Carmelo, no Triângulo Mineiro.
BDMG / Divulgação
As mudanças vieram poucos meses após ele alterar a forma de produzir adotando técnicas de agricultura regenerativa. A partir das linhas de crédito criadas pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para quem deseja fazer a transição da agricultura tradicional para a sustentável, o produtor adquiriu novo equipamento e já viu dois terços da sua produção ser transformado.
“A qualidade do grão está melhorando. O solo está mais equilibrado e absorve melhor os nutrientes e a água. Assim, estou gastando menos com insumos e produtos químicos, a planta enfrenta melhor as pragas e doenças. O produtor só tem a ganhar com a sustentabilidade”, afirma Moreira Neto.
Em junho, mês em que se celebra o Meio Ambiente, o banco anuncia a ampliação da sua forma de atuar na agricultura sustentável, com mais itens sendo financiados por meio das linhas BDMG Solo Mais e Bioinsumos.
Poderão acessar o crédito empresários e produtores rurais que desejam obter recursos para a compra de novos equipamentos, implantação de sistemas de irrigação, modernização de unidades de produção de bioinsumos, sistemas biodigestores e de compostagem.
As linhas de crédito integram o programa LabAgroMinas e que inclui, ainda, a capacitação gratuita de produtores, técnicos e agentes dessa cadeia produtiva.
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“O acesso ao crédito é um diferencial que permite ampliar a produção e conquistar novos mercados. Ampliamos o estímulo à produção sustentável, que reduz custos e aumenta a vida útil do solo”, completa o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto.
Crédito acessível
Entre os benefícios sociais e ambientais da agricultura regenerativa estão a mitigação das emissões de gases de efeito estufa na produção rural, redução de custos e o melhor aproveitamento dos nutrientes e da água. O banco seguirá financiando projetos de estruturação da fertilidade do solo e de implantação de unidades de produção de bioinsumos.
Segundo o produtor Florimar Moreira Neto, a colheitadeira adquirida a partir do crédito do BDMG permitiu a modernização e agilidade na colheita. Além disso, vai representar uma nova fonte de renda para o cafeicultor, já que ele vai passar a alugar o equipamento para produtores vizinhos.
“Em três semanas eu vou colher todo o meu café, sem precisar contratar novos funcionários, e ainda vou poder alugar o equipamento”, comemora.
Ele já conseguiu reduzir em 10% os custos com defensivos químicos, como fungicidas e inseticidas. Ele espera colher 800 sacas de café em 2025 e passou a usar plantas de cobertura, fertilizantes naturais e bioinsumos. O objetivo final, segundo Florimar, é agregar valor, conquistar novos certificados de qualidade e ofertar um café diferenciado no mercado.
A ampliação está sendo anunciada após o BDMG criar uma Superintendência de Agronegócios para reforçar sua atuação no segmento, responsável por metade de todos os financiamentos realizados pelo banco em 2024, cerca de R$ 1,5 bilhão.