18 de junho de 2024
18:37
Por: Rose Campos
Fotos: Rose Campos e Sedu/Divulgação
A Prefeitura de Sorocaba, por meio das Secretarias da Cidadania (Secid), de Educação (Sedu) e da Cultura (Secult), realizou, na última semana, ações em escolas da rede municipal de ensino, nas quais o tema em debate foi o trabalho infantil e os perigos que ele envolve. A iniciativa partiu da Secid, que vem trabalhando essa questão social por meio do Napeti (Núcleo de Atendimento do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil). Assim, a equipe do Napeti fez a ponte entre as outras duas Secretarias, Sedu e Secult, para a realização dos eventos.
Na E.M. “Matheus Maylasky”, na Vila Santa Rita, por exemplo, foi feita uma roda de conversa com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, com a participação do agente social da Secult, Melquisedeque Luiz da Silva, ao lado de vários MCs (Mestres de Cerimônia) do movimento Hip Hop, Mister, Pezão e Airon.
Melque, como é mais conhecido, conduziu o bate-papo com os adolescentes, na faixa etária entre 13 e 14 anos, informando sobre como se caracteriza e quais os malefícios do trabalho infantil. Informou também sobe os canais de denúncia para esse tipo de situação e, ainda, quais são as melhores alternativas para quem deseja entrar legalmente no mercado de trabalho, como jovem aprendiz, por exemplo.
Ele e os jovens artistas convidados também utilizaram a linguagem artística da batalha de rimas, uma das formas de expressão do Hip Hop, e atraíram a atenção e o envolvimento dos alunos participantes.
“Foi uma experiência muito enriquecedora, pois o tema foi abordado de forma leve e tranquila, de uma forma que conseguiu chamar a atenção dos alunos e passar a mensagem sobre o que é e porque devemos combater o trabalho infantil. Os convidados, além disso, já são bastante conhecidos por muitos desses adolescentes, pois a internet e redes sociais como o Tik Tok os aproximam. Tanto, quem, no fim das apresentações, muitos foram pedir autógrafos ou selfies com eles”, afirma a orientadora pedagógica da E.M. “Matheus Maylasky”, Tatiane Ramos.
A mesma dinâmica se repetiu no dia seguinte em outra escola, a E.M. “Prof. Flávio de Souza Nogueira”, na Vila Fiori, também com alunos do 9º ano e mesma faixa etária. Foi mais uma oportunidade para outros jovens também poderem saber um pouco mais e refletir sobre a realidade do trabalho infantil e porque é algo tão nocivo para o seu futuro.
Gustavo, que ficou conhecido como Mister ao começar a fazer parte da cena Hip Hop, avaliou muito positivamente a iniciativa. “Eu já havia participado de ações assim em outros locais, mas em escola municipal foi a primeira vez e muito diferente. Gostei muito dessa experiência e, quando eu era criança, não tive essa oportunidade”, ele comenta. Atualmente, com 23 anos, Mister conta que começou a fazer rimas e participar das batalhas aos 18 anos de idade. Mas foi aos 21 que começou atuar de forma mais intensa e a viver dessa atividade. Nascido em Sorocaba, já conheceu outras 19 cidades do interior, levando suas rimas rápidas e cadenciadas.
A escolha da batalha de rimas para complementar a discussão sobre o tema do trabalho infantil foi estratégica, pois aborda de forma leve e acessível para os jovens um assunto difícil e delicado. “Temos certeza de que vão levar para as famílias o que está sendo discutido aqui, pois é um assunto que precisa ser falado dentro de casa. As estatísticas são de que mais de 2 milhões de crianças estão ligadas a algum tipo de trabalho abusivo, e mais de 70% são crianças pretas e periféricas. Então, as informações sobre isso são muito importantes e saber que assa garotada está adquirindo informação para pensar de forma crítica nessa realidade, interagindo com arte e se divertindo é muito bom”, conclui Melque.