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Alunos de Nova Iguaçu fazem “ceia de Natal” antecipada com alimentos plantados por elas mesmas

Alunos de Nova Iguaçu fazem “ceia de Natal” antecipada com alimentos plantados por elas mesmas




Faltando poucas semanas para o Natal, a Escola Municipal Campo Alegre, na zona rural de Nova Iguaçu, viveu um cenário especial. Os alunos da Educação Infantil ao 5º ano colheram os alimentos que eles mesmos plantaram ao longo do ano. O resultado foi uma verdadeira “ceia antecipada” e saudável, que foi direto para o cardápio da merenda escolar.

A atividade reforça uma alimentação saudável que já é praticada diariamente nas unidades da rede, mas teve um sabor especial com alimentos colhidos pelos próprios alunos. Alface, couve, cebolinha, manjericão e outras hortaliças cultivadas pelos estudantes ao longo do semestre foram servidas fresquinhas, em uma experiência que une educação ambiental, alimentação saudável e valorização da agricultura local.

Logo pela manhã, os alunos se reuniram em torno dos canteiros da horta para iniciar a grande colheita. Depois de algumas horas, os alimentos seguiram para a cozinha, onde o almoço foi preparado e servido. Parte da produção vai para a merenda e o excedente é levado para casa, reforçando o vínculo da comunidade com a agricultura local. Para muitos alunos, é o primeiro contato com alimentos frescos e orgânicos.

“Cada turma tem seu canteiro e acompanha todas as etapas do processo. Aqui, eles aprendem responsabilidade, paciência e respeito ao tempo da natureza. Isso desenvolve autonomia e pertencimento”, explica a diretora da escola, Michelle São Sabbas.

A iniciativa faz parte da horta escolar implantada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente (Semam), agricultores da região, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-Rio) e Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (Iterj). A proposta é simples e valiosa: ensinar na prática como nasce um alimento, fortalecer a relação das crianças com o campo e estimular hábitos saudáveis desde cedo.

“A gente planta, rega, cuida e depois colhe. É muito legal ver tudo crescendo. O alface é o que eu mais gosto”, contou Juliana Souza Martins, 9 anos, estudante do 4º ano, enquanto segurava as folhas que iriam para a merenda especial.

Agricultores da região também acompanharam a colheita. Para o subsecretário da Semam, Edgar Martins, o trabalho técnico é essencial. “A gente acompanha desde a análise do solo até as práticas de cultivo. A criança do campo cresce valorizando a agricultura. Se o campo não planta, a cidade não janta. Hoje, elas colhem alimentos e também conhecimento”, afirmou.

A manhã terminou com uma merenda diferente, preparada com tudo o que havia sido colhido minutos antes, uma pequena ceia rural, simples e simbólica, em que cada criança experimentou o sabor de um alimento que ajudou a plantar.