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Nascida no Instituto Cândida Vargas, jovem paratleta coleciona medalhas e inspira pessoas

Uma história de coragem, fé e superação tem chamado a atenção e inspirado quem a conhece. É a trajetória de Heloísa Ramos, uma jovem paratleta nascida no Instituto Cândida Vargas (ICV), em João Pessoa, que hoje, aos 16 anos, é destaque nacional na bocha paralímpica e símbolo de resiliência.

Heloísa nasceu na madrugada de 3 de dezembro de 2008, por meio de uma cesariana de urgência. “Assim que eu cheguei na maternidade, fui direto para o bloco cirúrgico. O atendimento foi muito rápido. Ela nasceu de 0h50, com Apgar 0, sem chorar. Foi colocada imediatamente na incubadora e ficou lá por dez dias, sem precisar de aparelhos”, relembra a mãe, Marleide Ramos.

Sete meses depois, veio o diagnóstico de paralisia cerebral. A partir dali, a luta ganhou um novo capítulo: o acompanhamento terapêutico. Durante um ano, o Instituto Cândida Vargas foi essencial no apoio ao desenvolvimento de Heloísa, oferecendo atendimento especializado e fisioterapia. “Foi na dificuldade motora que encontramos mais desafios. Ela faz fisioterapia até hoje, mas graças a Deus, nos estudos ela sempre foi muito bem”, contou a mãe.

Apesar das limitações físicas, a jovem encontrou no esporte uma nova forma de viver. Desde 2021, ela compete na bocha paralímpica, classe BC3 — modalidade destinada a atletas com grande comprometimento motor. Já são mais de 30 medalhas conquistadas e quatro troféus, com destaque para os Jogos Escolares Paralímpicos, em São Paulo, onde ela brilhou no pódio e garantiu duas bolsas-atleta: uma da Prefeitura de João Pessoa e outra do Estado de São Paulo.

Heloísa também compartilhou o impacto que o esporte teve em sua vida. “O esporte afetou minha vida de uma forma muito positiva, porque através dele eu conheci coisas que nunca imaginei. Eu venci minhas limitações. Antes do esporte, eu achava que só podia estudar e pronto. Mas aí o esporte entrou como uma amiga e mudou tudo. Mostrou que eu era capaz de conseguir o que queria com meus próprios esforços. Hoje, não me imagino sem o esporte. Meu primeiro campeonato deste ano será no dia 13 de julho, o Brasileiro, e estou almejando muito ganhar. Também quero vencer o Paraescolar. Se Deus quiser, a gente vai conseguir”, disse.

Para a diretora técnica do Instituto Cândida Vargas, Juliana Soares, histórias como a de Heloísa reforçam o compromisso da maternidade com um cuidado humanizado e contínuo. “A equipe multiprofissional da maternidade Cândida Vargas preza pelo acolhimento das necessidades individuais dos pacientes assistidos. Neste sentido, o seguimento ambulatorial é imprescindível para entender as limitações e desenvolver um tratamento individualizado, baseado nas avaliações dos nossos profissionais”, frisou.

A atuação integrada e especializada da equipe do ICV foi fundamental nos primeiros dias de vida de Heloísa e continua sendo referência para milhares de mulheres e crianças atendidas na unidade. “Quero agradecer primeiramente a Deus e a toda a equipe que me atendeu no Instituto Cândida Vargas. Eles foram muito ágeis. O médico disse que era questão de segundos para ela não sobreviver. E se não fosse o atendimento que tivemos na unidade, hoje minha filha talvez vivesse apenas em cima de uma cama”, finaliza a mãe.