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Bibliotecas do IFSP são contempladas no edital do PROAC – IFSP

Projetos dos Campi Campinas e Itaquaquecetuba receberão R$ 300 mil cada para manutenção e modernização

As proponentes Tatiane Salles, do Campus Campinas, e Fernanda da Silva, do Campus ItaquaquecetubaDois projetos do IFSP foram contemplados pelo edital 29/2024 para Manutenção e Modernização de Bibliotecas do Programa de Ação Cultural (PROAC) da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo. Esta é a primeira vez que as bibliotecas do IFSP são contempladas em um edital desta natureza.

O edital concedeu recursos a 40 projetos, entre 97 inscritos de bibliotecas de todo Estado. Os dois projetos do IFSP selecionados receberão R$ 300 mil cada, e foram propostos pelas bibliotecárias-documentalistas Fernanda Ferreira da Silva, do Campus Itaquaquecetuba, e Tatiane Helena Borges de Salles, do Campus Campinas. 

Ambas as bibliotecas também já haviam sido contempladas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2024, e estão em processo de construção. O aporte financeiro do projeto do PROAC contribuirá para a aquisição do mobiliário dos espaços.

Na avaliação das proponentes, “este é um marco histórico que evidencia a potencialidade dos profissionais das bibliotecas na busca de recursos externos para promover a manutenção e modernização, coincidindo com a construção das bibliotecas pelo PAC”.

No Campus Itaquaquecetuba, o projeto “Modernização da Biblioteca Maria Firmina dos Reis” tem como objetivo transformar a biblioteca em um espaço inclusivo, acessível e acolhedor, explica a bibliotecária-documentalista Fernanda. A proposta prevê a ampliação do acervo com obras diversas e representativas, além da reestruturação física para melhor atender a comunidade. 

Um dos destaques é a incorporação de tecnologias assistivas e a criação da sala multimeios, promovendo o acesso equitativo à informação. O espaço será aberto à comunidade de Itaquaquecetuba e a instituições conveniadas, como a APAE e a comunidade surda local. A biblioteca também será adaptada para ações de mediação de leitura, com ambientes confortáveis para clubes de leitura e outras atividades culturais. 

“A iniciativa reafirma a biblioteca como espaço de democratização do conhecimento e o respeito à diversidade. Ao unir educação e cultura, a biblioteca se consolida como espaço transformador, é essencial para a formação cidadã da comunidade interna e externa”, explica a servidora.

Para o diretor-geral de Itaquaquecetuba, Aumir Antunes Graciano, o resultado é fruto do trabalho, iniciativa e comprometimento das proponentes, cuja sensibilidade possibilitou a criação de projetos verdadeiramente transformadores. A construção e desenvolvimento desses espaços têm sido conduzidos de forma colaborativa, unindo experiências e sonhos coletivos. 

“As propostas reafirmam o papel das bibliotecas como ambientes inclusivos, acolhedores e essenciais para a formação cidadã, promovendo a conexão entre educação, cultura e diversidade de maneira inspiradora. A comunidade do IFSP celebra com gratidão essa conquista, que amplia o acesso ao conhecimento e fortalece o compromisso com a democratização da cultura para todas e todos”, diz o diretor.

Em Campinas, o projeto “Biblioteca Afrocentrada dos móveis ao acervo: um diálogo possível com a comunidade” visa à arquitetura de interiores afrocentrada e o fortalecimento do acervo baseado na afrocentricidade. O interior será projetado pelos arquitetos Giselly Barros Rodrigues e Cezar Augusto Silvino Figueredo, ambos professores do Campus São Paulo e integrantes do Grupo de Estudos e Pesquisas das Relações Étnico-raciais no Território, Arquitetura e Sociedade (GEPRETAS).

Adicionalmente, o projeto prevê o atendimento de quatro escolas públicas de ensino fundamental 1 e 2, ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede municipal e estadual de Campinas e Indaiatuba, com a doação de títulos e mobiliário afrocentrado. Em cada escola atendida será produzido de um painel artístico, formação docente e contação de histórias, sendo os mecanismos adotados para a promoção de uma educação afrocentrada e antirracista no ambiente escolar. 

Para a bibliotecária-documentalista do campus, Rosangela da Silva Gomes, “o fato de o projeto ter sido selecionado dentre tantos só fortalece a importância de espaços culturais que tratem sobre essa temática etnico-racial”. 

Além da proponente, Tatiane, e a bibliotecária Rosangela, a equipe do projeto é composta pelo professor Marival Baldoino de Santana, do Campus Hortolândia, e pela professora das redes municipais de Indaiatuba e Campinas, Elisandra Mara dos Santos Camilo. Também houve a participação de três membros do grupo de pesquisa GEPRETAS e três membros do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) do IFSP, comprometidos com o cumprimento das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 na Educação, e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 18 – Igualdade étnico-racial.

A arquiteta Giselly Barros Rodrigues afirma que o projeto arquitetônico buscará oferecer um espaço de acolhimento, pertencimento e valorização de todas as pessoas, evidenciando as memórias e identidades negras. “Inspirado em saberes e tradições africanas e afro-brasileiras, a proposta prevê ambientes, mobiliários e identidade visual com referências às simbologias provenientes da cultura negra. A biblioteca será mais que um local de acesso ao conhecimento: será território de encontro, expressão cultural e fortalecimento das ancestralidades negras no cotidiano acadêmico”, destaca Giselly.

O diretor-geral do Campus Campinas, Marcelo Garcia, aponta que a construção da biblioteca é uma conquista para toda a comunidade escolar, sendo mais do que um espaço físico, um território de acesso ao conhecimento, promoção da diversidade e valorização das identidades, ressignificando dela ambiente escolar, tornando-a um espaço inclusivo, de diálogo com a comunidade e de fortalecimento da educação antirracista. “Parabenizo toda a equipe envolvida pelo comprometimento e pela sensibilidade em transformar esse espaço acadêmico em um ambiente de pertencimento, cultura e cidadania”, celebra o diretor.