A cidade do Rio possui 1,5 milhão de trabalhadores negros, em ocupações formais e informais, sendo 57,3% de homens e 42,7% de mulheres. O Rio de Janeiro tem hoje 204,4 mil trabalhadores negros desempregados (59% mulheres e 41% homens). Mas essa taxa vem caindo, e mais fortemente que entre os brancos. Entre o 4º trimestre de 2020 e o 2º trimestre de 2023, a taxa entre os homens negros recuou 8,4 pontos percentuais (p.p.), mais do que a queda de 5,5 p.p. para homens brancos. Para as mulheres negras, a taxa de desemprego reduziu em 8,6 p.p., queda também maior que entre as brancas (5,7 p.p.). Os números são da Pnad Contínua do IBGE, compilados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico (SMDUE).
Segundo a análise, os dados ainda mostram que o desemprego no Rio atinge mais fortemente as mulheres negras (15,4%). Porém, o rendimento de cariocas negros é maior que a renda mensal média de negros brasileiros – mulheres cariocas ganham 47% mais, enquanto os homens do Rio têm renda mensal 58% maior.
– Quando olhamos os números, vemos que ainda há um caminho a percorrer, mas estamos avançando para diminuir essa desigualdade. O projeto Programadores Cariocas é uma das iniciativas da Prefeitura, criado por meio da SMDUE, que vão nesse caminho, pois visa ensinar linguagens de programação aos cariocas, e teve 70% de negros formados na primeira turma. Isso significa oportunidade de crescimento profissional e de mobilidade social – avaliou Chicão Bulhões, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico.
O Rio gerou, entre janeiro de 2021 e setembro de 2023, 94,5 mil novos empregos formais para pessoas negras, sendo 48,8% (46,1 mil) de vagas de homens e 51,2% (48,4 mil) de vagas de mulheres, de acordo com os dados do Caged / Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Desse total, 80,5% foram no setor de serviços, 5,2% no comércio, 6,8% na indústria e 7,5% na construção.