O vice-governador Professor Mateus participou, nesta terça-feira (3/10) da cerimônia de entrega do Prêmio Mellyssa, que reconhece as boas práticas na Atenção à Saúde Materna e Infantil. Durante o evento, dez iniciativas foram premiadas por ações de enfrentamento à mortalidade materna e infantil realizadas nos municípios de Minas Gerais.
A entrega da homenagem encerra o Seminário Políticas Públicas de Proteção à Saúde da Mulher e da Gestante, promovido pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (CAO-Saúde) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Professor Mateus acompanhou a entrega das homenagens e discursou para o público presente. A Secretária de Estado de Saúde (SES-MG), representada pelo secretário e médico Fábio Baccheretti, também foi homenageada pelas ações de redução da mortalidade materna e infantil.
“Pensar em assistência médica em um estado com dimensões continentais como Minas Gerais é um desafio agravado. Cada uma das nossas regiões de saúde é maior que alguns países da Europa. E, mesmo diante disso, saber que temos índices de mortalidade materna e infantil em queda, com o estado entre aqueles que estão melhor funcionado em políticas públicas neste sentido é, para mim, motivo de alegria e orgulho”, ressaltou o vice-governador.
“O compromisso do Governo de Minas é efetivamente zerar as mortes evitáveis de mães e bebês, por meio de um acompanhamento que seja mais presente e mais efetivo. E nós temos agido para isso. No caso dos recém-nascidos, ampliamos a nossa condição de assistência e de cuidados intermediários ao longo dos últimos anos e temos investido em treinamento de pessoal para que a gente possa ter equipes que sejam capazes de reagir com mais velocidade e de forma mais assertiva às complicações. Também temos investido em atenção primária como nunca se investiu antes no Estado de Minas Gerais. Só neste ano, vão ser mais de R$ 450 milhões aplicados na construção de unidades básicas de saúde”, acrescentou Professor Mateus.
Iniciativa premiada
Cerca de 70 projetos concorreram ao prêmio e, dentre eles, as dez melhores práticas foram premiadas. A grande vencedora foi o projeto do enfermeiro de Teófilo Otoni, Jorge Guedes Borborema, que leva o pré-natal às grávidas que moram longe das unidades de saúde.
“Em 2016, eu avaliei que o acesso das gestantes ao pré-natal era muito ruim e muito caro. Elas tinham que pagar, às vezes, de R$ 50 a R$ 100 para irem até a unidade de saúde. Achei injusto elas pagarem porque eu poderia ir até a casa delas. E foi assim que eu iniciei o projeto. Fiz o que posso para atender bem aos meus pacientes. Alcancei o primeiro lugar neste prêmio fazendo o que eu gosto e levando saúde para as pessoas que mais precisam. Então, eu agradeço a todos pelo apoio, pela oportunidade, e me coloco disponível para propagar esse projeto para diminuir a mortalidade materna e infantil”, disse o vencedor do prêmio Mellyssa.
O procurador-geral do MPMG, Jarbas Soares, parabenizou o projeto e incentivou que a ideia seja replicada e difundida em todo o estado.
“Parabenizo ao Jorge, pois sua ação traz luz para nossa sociedade. São atitudes que despertam esperança e vida, seja nos grotões ou nos grandes grandes centros de Minas Gerais, contemplando, como sabemos, a parte mais pobre da sociedade. É importante que este projeto seja compartilhado com todos os municípios e com todo o Brasil”, afirmou.
Prêmio Mellyssa
A premiação, lançada pelo MPMG em março deste ano, tem o intuito de identificar, reconhecer, valorizar, divulgar e disseminar ações e medidas efetivas de enfrentamento à mortalidade materna e infantil nas cidades mineiras.
A iniciativa é coordenada pelo Ministério Público de Minas Gerais, por meio do CAO-Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde e o Ministério da Saúde.
O nome Mellyssa é o símbolo de uma triste realidade que o Brasil ainda vivencia: a morte infantil por causas evitáveis.
A pequena bebê que dá nome ao prêmio morreu logo após o nascimento, em decorrência de uma infecção congênita cujo exame de detecção deve fazer parte do pré-natal. Mesmo tendo sua mãe passado por várias consultas médicas durante a gestação, a doença só foi diagnosticada no final da gravidez, quando o quadro já era irreversível para a bebê.
A morte de Mellyssa poderia ter sido evitada se, desde o início do seu desenvolvimento no ventre, a condição tivesse sido identificada e tratada.