Diferentemente da tradição oral em Aparecida que fazia do caaparapá o habitat do corpo seco, esse "coisa ruim em vida", J. Carlos o coloca no morro do tabuleiro, porção da serra do Quebra Cangalha próxima da divisa com o município de Roseira-SP. Uma atualização do mito, visto que o antigo caaparapá é hoje um nobre bairro residencial.
Sobre José Carlos é preciso dizer que tem formação teológica, é historiador das religiões judaico-cristãs e suas Escrituras e contribui regularmente com artigos para jornais da região.
Durante a cerimônia de lançamento, J. Carlos Ribeiro falou de seu desejo de completar uma trilogia.
Segundo ele, o próximo livro, já em preparação, terá a própria estação ferroviária de Guaratinguetá como palco e a Revolução Constitucionalista de 1932 como pano de fundo.
Certamente, afirmou o autor, seus personagens fictícios estarão às voltas com os acontecimentos históricos e/ou imaginados por ele como forma de envolver o leitor da primeira à última página.
Ainda não há previsão de quando virão à lume os próximos títulos, mas fica a expectativa do que o autor está preparando.
Enquanto isso, o leitor tem Tambira ao seu alcance, uma obra que, sem que se perceba, é lida de um só fôlego.
Trazendo o selo Spectrum (Terror), da Editora Multifoco, do Rio de Janeiro, Tambira adiciona J. Carlos Ribeiro ao rol de autores vale-paraibanos que se ocupam da temática folclórica da região. Aliás, o lançamento aconteceu no dia 22 de agosto, Dia do Folclore. Coincidência? Ou mais um mistério que somente a leitura do livro permitirá desvendar?
De tudo isso, o que nada tem de misterioso é a limpidez da contribuição do autor para manter vivas as tradições orais da região.