Comparando-se seu número inaugural, o primeiro com o título Correio Paulista, de número 1.179, com um jornal cinquenta anos depois, já próximo do número 3.470, vemos que o Correio Paulista permanecia com quatro a seis páginas semanais, com pequena alteração em suas dimensões. Inicialmente tinha 37cm x 51cm, e, depois de 50 anos, estava com 33,5cm x 48cm, tendo sua impressão deixado de ser feita na antiga máquina Marinone-Paris, de tipos avulsos, igual à do centenário jornal “Tribuna do Norte”, de Pindamonhangaba.
A redação do Correio Paulista, que passou por diversos endereços como rua Quinze de Novembro (atual Pedro Marcondes), praça Conselheiro Rodrigues Alves, rua Pedro Marcondes, rua Feijó, rua Marechal Deodoro n. 60, rua Flamínio Lessa n. 140, Praça Martim Afonso n. 262, acha-se hoje à Praça Santa Rita n. , onde é impresso. Circula aos sábados, e não aos domingos como inicialmente e mesmo posteriormente. No final dos anos trinta, deixando de ser “orgam do Partido Constitucionalista”, passou a ser “orgam dedicado aos interesses do município”, com uma tiragem média semanal de 500 exemplares.
Em 1984, o Correio Paulista foi homenageado, no Dia da Imprensa, na pessoa do Sr. José Castro e Silva, pelo Departamento Municipal de Cultura, constando ainda da homenagem uma mostra retrospectiva do jornal organizada com o acervo do Arquivo Memória de Guaratinguetá do Museu Frei Galvão.
Comemoram-se assim 100 anos de jornalismo dentro da história da imprensa de Guaratinguetá, iniciada no ano de 1858, com a publicação do jornal “O Mosaico”.
Notas
1 Freyre, Gilberto. Retalhos de jornais velhos. Livraria José Olympio Editora. Rio de Janeiro, 1964, p. 109.
2 Sob esta nova direção o primeiro número a sair data de 8 de setembro de 1982, onde à primeira página o jornalista Júlio César evoca o idealismo que sempre norteou as vidas de Adolpho de Paula e Silva e de José de Castro e Silva e saúda o novo proprietário do Correio Paulista. Esse jornal é o número 3.636 do ano LXVIII de publicação do semanário.
Fontes
Coleção de jornais “Correio Popular” e “Correio Paulista” do Arquivo Memória de Guaratinguetá do Museu Frei Galvão (1934 a 1984)
Correio Paulista. 09 de setembro de 1934. 1a página.
Correio Popular. 02 de setembro de 1934. 3a página.
Freire, Gilberto. Retalhos de jornais velhos. Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1964.
Marcondes, Carlos e Fortes, Francisco. História da Imprensa de Guaratinguetá, 1a edição, 1973.
Penteado, José Roberto Whitaker. A propaganda antiga. São Paulo, Livraria Pioneira Editora, 1974.
Hélio Naideg
Nascido na cidade paulista de Rio Claro-SP, Hélio Naideg mudou-se, com os pais João Naideg e Maria Luiza Naideg, para Guaratinguetá-SP, em 1957, aos 11 anos de idade.
Logo em seguida, aos doze anos, foi iniciado no ofício de tipógrafo – como se dizia à época – pelo poeta e jornalista Ferreira Júnior.
Aos 18 anos, em 1964, montou sua própria oficina chamada Gráfica Editora localizada na Praça Três Garças, onde permaneceu por 40 anos até mudar para o atual endereço, em 2004, na Praça Santa Rita, 15.
Há mais de 55 anos na profissão, Hélio Naideg já imprimiu jornais e revistas para inúmeras cidades de região.
Desde 7 de setembro de 1982 é proprietário do Correio Paulista, que faz circular semanal e ininterruptamente, às sextas-feiras.
No formato 25x35cm, o semanário tem tiragem de 1.500 exemplares e seis a oito páginas rodadas em sua impressora Hamada 800, de 1996.
Naideg que, entre outras coisas, já foi jogador de futebol da Esportiva e do Sertãozinho, Presidente da Escola de Samba Democratas (1988) e Presidente da Associação dos Amigos do Bairro de Santa Rita, é merecedor das maiores homenagens por ter conduzido o Correio Paulista por 32 anos e permitido que este jornal sobrevivesse ao centenário de sua fundação.