Publicações dessa edição | Da Redação
No quintal da bruxa
Ao fazer de um vale e suas serranias um imenso quintal, suas andanças não mais pararam. Inspirada no desejo de "cavoucar verdades", quer alcançar limites, estendê-los, enxergar o que há por perto e também ao longe. Dimensionar, esquadrinhar e novamente correr distâncias em busca de novos quintais.
Gostosamente e através da oralidade (mesmo o que escreve carrega esse toque), vai compondo e apresentando a identidade de uma região através dos que nela vivem, afinal, "pessoas são amontoados de histórias", e bem ouvi-las, pessoas e histórias, é fundamental para bem contá-las, arte em que se tornou mestra.
Assim, Sônia, essa mulher que acha "gostoso conversar" e entende que "nossa fala é nossa alma", vem reinstituindo a contiguidade regional, lapidando-se como pesquisadora e preservando as histórias colhidas nos quintais da memória popular.
Em seus enredos, espaço há para histórias, fantasias, criações, mas também para a reescrita, o que denota, me parece, a preocupação da autora com o falar de outro modo para dizer melhor, permitindo-se, em alguns momentos, revisitar temas pa-ra dizê-los com superior qualidade estética e/ou maior profundidade histórica. Suas crônicas carregam preciosidades literárias que saciam pela beleza.
E como "estória boa a gente não esquece nunca", é impossível ler No quintal da bruxa - oportuna homenagem -, sem se deixar marcar pela esperança do renascimento de uma "ingenuidade astuta" na velhinha de Taubaté, pelas "ruas conduzindo a outros tempos", de Bananal, pela presença da gambá nos presépios vale-paraibanos, pelas arrepiantes histórias que povoam o imaginário popular, pelos encontros com Eugênia Sereno e João Baptista de Mello e Souza, mas principalmente, por uma autora que, pelas frestas das palavras, conta-nos um pouco de si.
A História da Música em Cunha
Durante o XXVIII Simpósio de História do Vale do Paraíba, acontecido em Cunha, o músico e atual maestro da "União Musical Cunhense", Victor Amato dos Santos, e o historiador João José de Oliveira Veloso, lançaram o livro "A História da Música em Cunha" resgatando, através de texto e rica iconografia, rico material sobre a música e os músicos cunhenses.
O prefácio de Maria Bethânia dos Santos conta sobre como os autores chegaram à publicação
"A partir das duas décadas atuando como maestro da banda de música de Cunha, a qual já teve ao longo de sua história várias denominações, mas que atualmente se chama ?União Musical Cunhense?, o professor Victor reuniu um rico material que conta, além da história das corporações musicais cunhenses, a própria história musical da cidade.
Juntando tudo o que pode ser organizado ao material disponibilizado pelo professor e historiador João José de Oliveira Veloso, surgiu a ideia de construir um livro que mostrasse, através de relatos, fotografias e partituras, a identidade musical cunhense.
Essa história musical se confunde, como deve ocorrer me muitos outros lugares do Brasil e do mundo, com a própria história religiosa local. Padres, corais e procissões estão na base da formação da tradição musical que, até hoje, se mantém viva principalmente em eventos católicos.
Hinos que sintetizam a devoção religiosa, valsas que embalam sonhos e dobrados que imortalizam... De tudo o que se produziu, ainda que se passem décadas ou séculos, a cidade ainda repousa sob notas que acalentam a alma. Em algum vão do passado, almas que ainda habitam a antiga capela da Lapa (hoje o Mercado Municipal de Cunha) apuram os ouvidos: ecos do que foi vivido se avivam na memória".
V Coletânea da Academia de Letras de Lorena
A Academia de Letras de Lorena prepara-se para o lançamento de sua mais nova coletânea de escritos dos mais representativos nomes da literatura lorenense.
Repetindo a tônica das edições anteriores, a coletânea reúne textos de grande diversidade produzidos por autores de formações variadas.
Gêneros e estilos entrelaçados em versos ou prosa e a gerar composições estéticas que atingem uma multiplicidade de gostos, dos menos aos mais exigentes.
O fundamental é que Academia e acadêmicos, imbuídos do espírito da produção, vem externando ideias, sonhos e desejos através de poemas, contos, crônicas, peças teatrais, enfim, buscando encontrar nas palavras a beleza a ser dita.
No formato 14 x 21 cm, o livro traz na capa uma fotografia da centenária Figueira da Cabelinha, na primeira orelha um texto de Nelson Pesciotta sobre Euclides da Cunha, patrono da Academia, e na segunda orelha os nomes dos acadêmicos fundadores cuja foto oficial, contendo 24 pessoas e seguindo os livros anteriores, é apresentada na quarta capa.
O lançamento será no dia 23 de agosto, às 16 horas, na Faculdade Teresa D´Ávila, em Lorena.
Fundada em 21 de março de 2009, a Academia de Letras de Lorena, infalivelmente, desde o seu primeiro aniversário, tem publicado sua coletânea anual evidenciando seu papel de incentivar a criação e divulgação de uma literatura produzida por escritores lorenenses.