De suas composições impressas restaram alguns poucos exemplares de: O Novo Mundo; Marcha Triunphal, oferecida ao Dr. Menezes Vieira, diretor do colégio carioca onde estudava; Priminha; as valsas Hermínia e Cabelos louros e as polcas Seu calouro e Oh! Que primo!
Manuscritas (não publicadas) permaneceram:
Valsa para piano;
Sem pretenção [sic], quarteto em ré maior para flauta, violoncelo concertina (ou violino) e piano;
Ave-Maria;
Entre dois tragos, cançoneta oferecida a Dr. Augusto Barboza (6 de dezembro de 1889);
Dulcita, mazurca (3 de maio de 1890) em homenagem à sua namorada quando ela completou 18 anos;
La soledad, noturnino (2 de julho de 1890);
Mirinha, polca;
Dou-lhe o resto, polca;
Siempre, mazurca;
Hino escolar;
Criançada, schottisch;
Por que não?, tango;
De ponta a ponta, tango; e
Viver sonhando, valsa.
Arnolfo prosseguiu compondo
“melodias, ‘romanzas’ e, particularmente, músicas sacras Ladainhas de Nossa Senhora, Ave-Maria, Salve Maria, Tota Pulchra, Eia Mater, Novena de Natal, Glória, Cantos da Verônica - muitas delas cantadas na velha Matriz de Lorena e na Capela de sua ‘Fazenda da Conceição’...” (vol. 2, pp. 35 e 38)
Por ocasião de seu aniversário de 70 anos, em 1938, um fato interessante, e que o liga ao presente, estava por acontecer. Seus filhos prepararam um álbum com manuscritos de 42 de suas composições. Reunidas, elas foram entregues ao talentoso pai.
Aroldo, com a prudência que a ciência exige, é cauteloso ao dizer da produção musical de Arnolfo. Diz ele, com distanciamento, que o álbum é um testemunho da atividade do pai como compositor. E adverte:
“Terão algum valor artístico?
Não nos cabe julgar, nem competência teríamos para fazê-lo. Que o digam os entendidos, se um dia lhes for dado conhecê-las.” (p. 38)
Quase meio século depois, em 1985, provavelmente, este mesmo álbum (não se sabe se mais de um foi feito) chegaria às mãos de um respeitado violonista (um “entendido”) que reconheceria o seu valor artístico. Ainda assim, 25 anos ainda se passariam até que Marcus Llerena reunisse as condições para concretizar o desejo de tornar a fazer ouvir a boa música de Arnolfo de Azevedo.
Tais músicos são nomes a reverenciar. A música brasileira e o Vale do Paraíba lhes devem ser eternamente devedores por dar-nos este “tesouro”.