MEU VIOLÃO
Eu imagino meu violão que um dia
Foste o senhor da floresta
Que em teus braços longos, estendidos
O sabiá mandava a seresta.
A lua ao nascer lá no horizonte
Fazia um braço dela te alcançar
E festejando a luz na tua fronte
Vinha a lua grande rei condecorar.
Mas como tudo está sujeito a tempestade
Um machado cruel levou-te ao chão
Não perdeste nem por isso a majestade
Foste rei árvore, hoje és rei da canção.
Nada se acaba, apenas passa por transformação.
O teu destino continua o rotineiro
A lua ainda vem banhar-te em plena solidão
E o sabiá antigo, hoje é o seresteiro.