A Literatura Infantil de Malba Tahan
Na obra A Arte de Ler e Contar Histórias, Malba Tahan destaca que a história Infantil não resulta de trabalho elaborado por crianças, mas fruto de inteligência já cultivada e amadurecida, de quem conhece, por estudo ou intuição, as qualidades ou requisitos que devemos encontrar numa narrativa destinada a crianças. Fruto de sua prática educativa no Instituto de Educação do Rio de Janeiro, esta obra de cunho didático apresenta aos professores sugestões de histórias para serem lidas, contadas e musicadas .
Do ponto de vista pedagógico, temos nesta obra um exemplo admirável: nela Malba Tahan, ao mesmo tempo que elucida conceitos e teorias sobre a história infantil, apresenta orientações fundamentadas em sua experiência de contador de histórias, em domínio de auditório e em técnicas de contação de histórias. Aponta que “a finalidade precípua da história Infantil é divertir a criança, estimulando-lhe a imaginação e a inteligência” (Tahan, 1964: 69) e que o professor, ao escolher uma história para ser lida, contada ou musicada em sala de aula, não pode esquecer de buscar atingir os objetivos da história infantil: educar, instruir, preparar a criança para uma certa atividade, desviá-la de uma corrente má de pensamentos, confortar a criança (caso da criança enferma), torná-la otimista para a vida, atender ao psiquismo infantil, atrair a criança para um ambiente sadio (biblioteca, sala de leitura, etc.) e ocupação agradável para as horas de lazer. Enfatiza ainda que “a história, bem escolhida e bem orientada, pode servir como viga-mestra na grande obra educacional” (Tahan, 1964: 15).
As seis histórias que compõem a coleção Malba Tahan Conta Histórias , ilustrada por Eliardo França e publicada pela Editora Brasil-América em 1968, têm um valor inestimável e, mesmo algumas décadas após sua primeira edição, abre, para quem quiser perspectivas fecundas, não só para a prática de leitura e escrita das crianças do nosso tempo, mas principalmente para as questões de pluralidade cultural e ética que atualmente permeiam o âmbito das escolas: “em todos os recantos do mundo civilizado, os contos e as fábulas foram empregados no ensino de Ética; são formas populares, condensadas, da sabedoria popular” (Tahan, 1964: 19).
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